Projeto de Revitalização do Largo Benjamin Constant finaliza primeira etapa
O Largo Benjamin Constant, muito além de um espaço público, é um ambiente de memória afetiva para a comunidade de Florianópolis. O projeto de revitalização foi pensado para resgatar a história, preservar a estrutura original e garantir o uso do espaço pelas gerações futuras. Ao todo são 2.092,65m² de área verde entre as Ruas Almirante Alvin e Vitor Konder.
Aprovado pelo Instituto de Planejamento Urbano de Florianópolis (IPUF), Comap e Floram, com o apoio da Prefeitura de Florianópolis e da Associação FloripAmanhã, a primeira etapa foi concluída. O processo foi iniciado com a supressão de espécies, objetivando eliminar as grandes barreiras visuais e garantir a segurança do espaço. Nenhuma árvore nativa foi suprimida e novas espécies serão plantadas e outras serão transplantadas.
Segue parecer técnico do paisagista Jordi Castan
“O largo Benjamin Constant sofreu ao longo do tempo, o preço da falta de planejamento e do manejo inadequado da vegetação. No caso da vegetação arbórea, a situação era ainda mais grave pelo porte das árvores, pelas espécies utilizadas, pela desorganização das espécies encontradas e pela falta de podas e limpeza regulares, necessárias em ambientes urbanos.
Entre as árvores suprimidas, além daquelas doentes, deformadas e irrecuperáveis, nos encontramos com espécies exóticas oriundas de plantios irregulares, como o Ficus, provenientes de plantas cultivadas em vasos nos apartamentos e que tiveram um efeito contrário sobre a vegetação do largo. Para conhecimento: essas árvores, quando transplantadas para um espaço maior, crescem com vigor e ameaçam a vegetação mais frágil e vulnerável.
Em todo momento, o critério técnico que balizou o projeto de revitalização do Largo Benjamin Constant foi o de estabelecer níveis de hierarquia da vegetação existente, definindo:
– Qual a vegetação arbórea que precisava ser preservada e valorizada;
– A que não podendo permanecer no local poderia e deveria ser transplantada, sem risco a um novo local;
– A que pelo seu porte, desenvolvimento e ser originária de plantios irregulares não poderia permanecer;
– E finalmente, as que pelo estado fitossanitário e porte, ofereciam riscos caso não fossem retiradas.
A partir destes critérios técnicos, a escolha de retirar algumas árvores para melhorar a sanidade, o desenvolvimento e garantir a sustentabilidade das árvores que permanecem não foi uma decisão fácil, mas necessária. Essa decisão dará vida nova às majestosas árvores existentes, preservando e valorizando os Flamboyants, o Guarapuru, o Ipê, a Paineira, a Pitangueira e o Pau Brasil. E a permeabilidade visual conquistada, certamente trará mais segurança para a comunidade.
As árvores, para seu desenvolvimento de espaço tanto aéreo como radicular, precisam de uma boa insolação e de canteiros adequados ao seu porte atual e futuro”.
Jordi Castan é paisagista com mais de 30 anos de experiência, no Brasil e no Exterior. Em seu currículo, mais de mil projetos que primam pelo equilíbrio entre a natureza e o ambiente urbano. Assina em Florianópolis, o projeto de revitalização da Praça Getúlio Vargas ( Praça dos Bombeiros), onde passou pelo mesmo desafio – houve a necessidade de suprimir uma quantidade expressiva de árvores que estavam comprometidas e causavam riscos aos cidadãos, afetando o desenvolvimento das demais espécies. É notável que toda a comunidade ganhou um espaço encantador de integração com a natureza que pode ser desfrutado com conforto e segurança.
Juntos, vamos fazer uma Florianópolis ainda mais bonita e agradável.